Cirurgia de pâncreas
A cirurgia do pâncreas tem passado por muitas mudanças nas últimas décadas e com grande evolução. Novas abordagens de diagnóstico e tratamento, novas operações, novas técnicas operatórias e nova tecnologia cirúrgica, aliadas a melhor compreensão das doenças são os grandes responsáveis por essas mudanças.
SINTOMAS
As patologias do pâncreas muitas vezes não causam sintomas e são diagnosticadas em exames de rotina. A presença de icterícia (pele e mucosas amareladas), prurido (coceira no corpo), perda de peso e dor abdominal com irradiação para o dorso podem alertar para possíveis doenças pancreáticas.
TRATAMENTO
O advento da cirurgia minimamente invasiva (videolaparoscopia e robótica) trouxe um ganho enorme à cirurgia pancreática, propiciando muitas vezes a realização de cirurgias complexas e, ao mesmo tempo, trazendo vantagens em comparação com a cirurgia aberta, tais como: menor perda sanguínea durante a cirurgia, menor tempo de internação hospitalar, menor índice de infecções de sítio cirúrgico, volta mais rápida às atividades rotineiras e melhor efeito estético.
Existem vários tipos de ressecções pancreáticas (remoção do tecido pancreático), que são: pancreatectomia cefálica (Cirurgia de Whipple), pancreatectomia distal, pancreatectomia central, pancreatectomia total e enucleações pancreáticas. A escolha do tipo de ressecção depende da doença e sua localização. Além dessas operações, existem ainda as cirurgias para tratamento da pancreatite aguda e pancreatite crônica.
Em relação ao câncer de pâncreas, a ressecção pancreática é o único tratamento potencialmente curativo. Isso só acontece quando é possível ressecar (remover) todo o tumor. Em algumas ocasiões, o tumor envolve vasos sanguíneos que localizam-se junto à lesão. Nessas situações é preciso ressecar o vaso comprometido (mais comumente veia mesentérica superior e veia porta) e reconstruí-lo no mesmo tempo cirúrgico.
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Duodenopancreatectomia (Cirurgia de Whipple)
É a cirurgia mais frequentemente realizada e também a mais longa. Devido às relações anatômicas e linfadenectomia (retirada de gânglios linfáticos), a cabeça do pâncreas é removida juntamente com o duodeno, uma pequena porção do estômago, parte da via biliar e pequeno segmento do intestino delgado.
Terminada essa etapa de ressecção (remoção) é iniciada a etapa de reconstrução, que consiste na realização de anastomoses (ligações entre os órgãos/estruturas para restabelecer sua fisiologia) do pâncreas, via biliar e do estômago. Uma cirurgia a qual são fundamentais: experiência, técnica operatória precisa e cuidados pós-operatórios rigorosos.
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Pancreatectomia distal (corpo-caudal)
Esta cirurgia consiste na retirada corpo e cauda ou somente cauda do pâncreas. Em boa parte dessas operações o baço também deve ser removido, assim como também deve ser realizada a linfadenectomia. Diferentemente da Cirurgia de Whipple, esta cirurgia não requer reconstruções. A margem pancreática é mais comumente seccionada e fechada através de grampeamento.

